Romário e Maradona apontam corrupção e chamam clubes para peitar a Conmebol
"O que foi demonstrado aqui é uma vergonha. Não imaginava que existisse uma instituição mais corrupta que a Fifa e a CBF", disse o Baixinho após encontro em São Paulo
Andrés Sanchez, o organizador do evento
Com frases duras e palavrões, alguns dos principais jogadores da história do futebol sul-americano entraram na briga iniciada por Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians , por maior transparência da Conmebol com suas contas e com os valores repassados aos clubes que disputam a Libertadores e a Copa Sul-Americana.
Em encontro fechado que durou cerca de duas horas na sede do Corinthians, no Parque São Jorge, nesta quarta-feira, advogados uruguaios ligados a Nacional e Peñarol apresentaram contas do quanto a Conmebol deixou de repassar aos clubes nos últimos três anos. Para Romário, os documentos são claros e merecem ser de conhecimento de todos os clubes sul-americanos.
“O que foi demonstrado aqui é uma vergonha. Não imaginava que existisse uma instituição mais corrupta que a Fifa e a CBF, mas encontrei. A Conmebol é muito pior do que a gente imagina. Chegou a hora de ex-jogadores e representantes de grandes clubes fazer valer o que é certo, justo e sério”, disse Romário, sem esmiuçar o que chamou de vergonha.
Romário e Maradona foram alguns dos convidados do ex-presidente do Corinthians em encontro que aconteceu no Parque São Jorge nesta quarta-feira. O ídolo argentino apoiou Andrés no seu desejo de ser presidente da CBF e disse que os documentos que viram devem ser suficientes para dar fim a gestão de Eugênio Figueiredo, apoiado por Julio Grondona, da AFA, e por Marco Polo Del Nero, concorrente de Sanchez à presidência da CBF.
“Terminou para Grondona, Del Nero e Figueiredo. Este é o final deles. Com o que fizemos aqui, na casa do Corinthians, vimos com grande tristeza que o futebol é de poucos. Não dos clubes, dos torcedores e dos jogadores e por isso vamos fazer uma comissão para desmascarar a essa gente que faz tanto mal ao futebol e aos que querem bem o futebol em toda a América”, disse Maradona.
Nenhum clube argentino enviou representantes à reunião. “Vivemos numa ditadura através do mafioso do Grondona que não deixa que nenhum clube se rebele. Por isso não há nenhum aqui. Velez o único que já tentou algo. Peço desculpas pelos dirigentes argentinos. Eles se cagaram. Todos têm necessidades e com esse projeto que estamos dando talvez solucione esses problemas. Agora eles são cúmplices do que fazem a Conmebol”, disse Maradona.
Romário aproveitou a ocasião para bater forte em José Maria Marin, presidente da CBF. “A cada dia a gente vê na televisão, rádio e lê nos jornais, e vê todo tipo de roubos, sacanagem, falcatrua que essa entidade vem fazendo. A CBF é comandada por um ladrão de medalha, luz e de terreno. Precisamos um novo presidente da CBF e não um (Marco Polo de Nero) que está nesse grupo que merece 100 anos de cadeia”, disse Romário.
Estiveram presentes representantes de 20 clubes, segundo a assessoria de imprensa. Entre eles, Peñarol e Nacional, ambos do Uruguai, Libertad, do Paraguai, Caracas, da Venezuela, LDU, do Equador, e Sporting Cristal, do Peru. José Carlos Peres, ex-assessor da presidência do Santos, representou o G4, grupo que reúne os 4 grandes paulistas. Outra presença ilustre foi Adelis Chavez, irmão de Hugo Chavez e presidente do Zamora, da Venezuela.
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